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Fortalecimento de capacidades locais para o Desenvolvimento Territorial: como atuar em programas complexos, de médio e longo prazo

Fortalecimento de capacidades locais para o Desenvolvimento Territorial: como atuar em programas complexos, de médio e longo prazo

Atuamos de forma transversal nos programas de fortalecimento de capacidades locais desenvolvidos pela Fundação André e Lucia Maggi – FALM nas regiões de Mato Grosso, Rondônia e Amazonas

Em 2017, a Fundação André e Lucia Maggi (FALM), passou por uma revisão estratégica, com foco em profissionalizar ainda mais a atuação da organização, que existe desde 1997. Com isso, surgiram novas diretrizes e a elaboração de um novo Plano de Metas, a serem conquistadas até 2025. 

Neste contexto, com o novo direcionamento conduzindo a fundação para programas mais focados ao desenvolvimento sustentável das comunidades, e buscando trabalhar em rede com outros parceiros e organizações sociais, a HUMANA passa a atuar de forma transversal com o programa Fortalecer para Desenvolver, que aborda as ações estratégicas dos programas desenvolvidos pela FALM, com atividades relacionadas ao fortalecimento de capacidades locais para o desenvolvimento territorial e para uma incidência cidadã mais forte das organizações locais.

Ao todo, serão três frentes integradas de atuação, em 17 municípios de Mato Grosso (MT), Rondônia (RO) e Amazonas (AM), a serem desenvolvidas até 2023. São elas: 

  • Processos formativos para organizações sociais e conselhos municipais;
  • Linhas de incentivo para apoio às organizações locais;
  • Mentoria para organizações locais. 

Como será realizado o processo formativo

Como primeira ação, foi realizado um diagnóstico remoto com aproximadamente 200 organizações locais para entender a situação e a maturidade de cada uma delas e do conjunto, para que as soluções apresentadas sejam de fato adequadas e aderentes às necessidades reais.

O processo formativo terá início neste mês, por uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais experientes e com uma equipe de pedagogas especializadas em estratégias EaD, visto que seguimos enfrentando os desafios da pandemia. A formação abordará temas relevantes para o aperfeiçoamento da gestão das organizações, elaboração de projetos e para o fortalecimento das redes locais.

A importância de fortalecer capacidades locais

O fortalecimento de capacidades locais é uma das ações que mais destravam processos territoriais. E por que? Porque organizações locais, Conselhos Municipais e gestões públicas locais são espaços de representatividade, de participação e de atuação de cidadãos e comunidades, sendo assim canais importantíssimos para o desenvolvimento.

São através destes grupos institucionais locais que a população se organiza e pode acessar recursos relevantes para serem direcionados ao território, transformando-os em ações que de fato beneficiam os cidadãos. Estruturar e fortalecer as institucionalidades locais é uma forma de dar mais oportunidades de transformação no curto, médio e no longo prazo.     

Elaboração de Estudo de Território Integrado com foco nos recursos hídricos do semiárido nordestino

Elaboração de Estudo de Território Integrado com foco nos recursos hídricos do semiárido nordestino

Desenvolvemos um diagnóstico situacional sobre a escassez de água e sua relação com a dinâmica social, econômica e ambiental da região da Serra do Inácio, para o Lab de Água, programa do Instituto Votorantim 

Os desafios enfrentados pelo semiárido brasileiro sob o contexto da escassez hídrica é complexo e impacta diretamente a vida dos que moram neste território e a dinâmica socioeconômica de toda a região. Esta é a premissa do Lab de Água, programa de aceleração da Votorantim Energia e do Instituto Votorantim.

Deste entendimento, a HUMANA desenvolveu, junto com o Instituto, um Estudo de Território sobre a escassez de água e sua relação com a dinâmica social, econômica e ambiental do território. Essa etapa trouxe insumos para as próximas etapas do programa Lab de Água – que tem como objetivo encontrar soluções para mitigar o problema da escassez de água no semiárido, assim como para direcionar esforços do Investimento Social Privado neste sentido.

Como funciona o programa

Em parceria com a Votorantim Energia, o Instituto Votorantim lançou, em junho de 2021, o Lab Água, um programa de aceleração que visa selecionar 20 organizações com MVP (mínimo produto viável) validado ou em fase de validação.

Após a seleção, serão escolhidas cinco soluções para participar da etapa de bootcamp (um treinamento intensivo que alinha conhecimento teórico e prático), na qual, além de receber capital semente, as iniciativas contarão com prototipagem na região da Serra do Inácio (PI), e possibilidade de construção coletiva com a comunidade. 

A ideia é que, juntos, Instituto e organizações conseguirão implementar um projeto transformador, capaz de contribuir com soluções para um problema tão complexo e histórico quanto o da escassez hídrica, melhorando a vida de pessoas em situação de vulnerabilidade na região do semiárido brasileiro.

Territórios de atuação

Para a construção deste Estudo de Território, a HUMANA levantou de forma remota informações, potencialidades e desafios sobre como a escassez de água afeta a dinâmica social, econômica e ambiental em seis municípios: Araripina, Ouricuri e Santa Filomena, em Pernambuco (PE), e Betânia do Piauí, Curral Novo do Piauí e Paulistana, no Piauí (PI), sistematizando em um documento executivo a análise integrada da situação local.

Agenda de Desenvolvimento Local: um aliado para a construção coletiva de um futuro comum

Agenda de Desenvolvimento Local: um aliado para a construção coletiva de um futuro comum

Identificamos as potencialidades para o desenvolvimento local de Conceição do Araguaia e de Floresta do Araguaia, no Pará, com apoio da Horizonte Minerals.

Construir uma estratégia de investimento que crie melhores condições locais e qualifique os impactos sociais, econômicos e ambientais nos territórios é uma oportunidade para o negócio e ainda pode trazer grandes benefícios para os municípios e territórios envolvidos. 

Foi essa preocupação que levou a Horizonte Minerals (HZM) a procurar a HUMANA para a construção participativa de uma Agenda de Desenvolvimento Local (ADL) nos municípios de Conceição do Araguaia e Floresta do Araguaia, ambos no Pará. Antes mesmo da instalação e de iniciar a fase de operação da empresa na região, a HZM contribui com processos de planejamento, protagonizados por atores locais, com foco no desenvolvimento econômico. 

No primeiro semestre de 2021, a HUMANA realizou um Estudo de Território com foco no Desenvolvimento Econômico Local desses dois municípios para entender de forma mais aprofundada as potencialidades econômicas locais e as condições de vida da população. Esse estudo ficará à disposição de todos os atores locais interessados – entre eles as prefeituras locais, as organizações sociais e os agentes econômicos.  

Para a elaboração deste estudo, realizamos uma profunda pesquisa de dados e informações socioeconômicas, de onde saíram quatro potencialidades econômicas baseadas em metodologias das mais renomadas instituições econômicas do país. Além disso, confrontando essas análises, e para dar maior aderência à realidade vivida pela população local, foi realizado um trabalho de campo (seguindo todos os protocolos sanitários) e entrevistas em profundidade.

Este trabalho servirá de base para a construção participativa da Agenda de Desenvolvimento Local, a ser realizada no próximo semestre. 

Ações estruturantes para o futuro 

O planejamento participativo territorial com foco no Desenvolvimento Territorial pode orientar investimentos públicos e privados, parcerias e iniciativas da sociedade, beneficiando toda a população. Processos coletivos que apontem caminhos e obstáculos são importantes para melhor direcionar esforços e fundamentar ações estruturantes, que transformam a vida de todos, sem distinção. 

É preciso considerar o contexto social, cultural, econômico e ambiental antes do início de empreendimentos em pequenos e médios municípios. Muitos não estão preparados para novas demandas e impactos gerados, tampouco têm instrumentos para aproveitar e potencializar oportunidades. Em Conceição do Araguaia e Floresta do Araguaia, no Pará, a Agenda de Desenvolvimento Local permitirá ações coordenadas e favorecerá a formulação de estratégias para o futuro.

Como construir uma narrativa que indique uma transformação de longo prazo? 

Como construir uma narrativa que indique uma transformação de longo prazo? 

Desenvolvemos a narrativa de transformação do programa semiárido da Porticus, com metodologia própria, que identifica elementos capazes de promover mudanças reais em programas complexos de médio e longo prazo

O Programa Integrado do Semiárido da Porticus tem como objetivo o fortalecimento de capacidades locais dos agricultores familiares produtores agroecológicos de algodão em sete territórios no semiárido nordestino. Em um trabalho da HUMANA junto à organização, atuamos para construir a narrativa de transformação deste programa, privilegiando uma gestão de conhecimento executiva, que ao mesmo tempo mostrasse os impactos conquistados pelo programa ao longo dos dois anos e meio.

Para desenvolver a narrativa em questão, partimos de uma metodologia própria, que identifica elementos promotores de mudanças reais em programas complexos de médio e longo prazo. Os resultados de abrangência (aqueles que levam em conta o processo, a conjuntura e o contexto) foram consolidados por meio de uma narrativa envolvente com base no storytelling, que deu mais força para os resultados gerenciais do programa.

Um trabalho de pesquisa com impacto real e a longo prazo

Através de um trabalho integrado de pesquisa, entrevistas em profundidade, sistematização, análise integrada, construção do storytelling e construção da narrativa visual, pudemos entregar um escopo completo que, além de envolver, sistematiza a atuação comprometida de todos os atores envolvidos no programa.

Como resultado, o Programa Integrado do Semiárido da Porticus agora tem uma narrativa unificada, com aspectos de transformação e resultados de impacto, que poderá dar apoio às organizações locais para buscarem novas parcerias e financiamentos, garantindo, a longo prazo, a sustentabilidade de suas ações estruturantes.

Vaga: Agente de local e assistente de pesquisa em Conceição do Araguaia (PA) ou Floresta do Araguaia (PA)

Vaga: Agente de local e assistente de pesquisa em Conceição do Araguaia (PA) ou Floresta do Araguaia (PA)

Estamos em busca de profissional para a vaga de Agente de local e assistente de pesquisa para atuar no projeto Agenda de Desenvolvimento Local Araguaia.

O candidato ou candidata deverá necessariamente residir nos municípios de Conceição do Araguaia (PA) ou Floresta do Araguaia (PA).

Para mais informações, consulte o Termo de Referência (TDR), abaixo.

As candidaturas deverão ser encaminhadas até 21 de abril de 2021, para o e-mail humana@humana.net.br

HUMANA-TDR-Agente-Local – Araguaia-PA
Processos formativos: sua importância para fortalecer capacidades locais

Processos formativos: sua importância para fortalecer capacidades locais

Acreditamos que processos formativos bem estruturados favorecem o pensamento crítico, reflexivo e contextualizado, além de fortalecer a participação e o diálogo

Todo processo educativo da HUMANA é fundamentado na valorização do conhecimento prévio. Isso quer dizer que partimos do reconhecimento de que há um saber já existente naquele contexto, ou seja, da pessoa envolvida no processo de formação (aprendiz).

Entendemos que processos formativos bem estruturados favorecem o pensamento crítico, reflexivo e contextualizado, fortalecendo a participação, o diálogo e o entendimento sobre a realidade vivenciada pelos participantes. 

Nosso objetivo é fortalecer capacidades para gerar autonomia e que o processo de ensino-aprendizagem seja significativo para todos, funcionando como uma alavanca para o desenvolvimento de outros processos territoriais.

Quais são os principais objetivos dos nossos processos formativos?

Cada território é único. Tendo isso como premissa, é fundamental para a HUMANA pensar e estruturar um plano formativo que seja robusto para direcionar as ações locais e que, ao mesmo tempo, tenha flexibilidade para se adaptar ao contexto territorial. Os nossos processos formativos devem necessariamente:

  • Contribuir de alguma forma para o fortalecimento das capacidades locais;
  • Promover a apropriação, a concepção e/ou a desconstrução de paradigmas através da transformação de realidades;
  • Favorecer a criação de oportunidades para que as pessoas (aprendizes), organizações locais e comunidades possam – durante o processo e a partir dele – tomar decisões que impactam suas vidas de forma mais apropriada e autônoma;
  • Fortalecer a cidadania, a democracia, a cultura de paz e a não violência.

Nós desenvolvemos processos formativos dentro da perspectiva do Desenvolvimento Territorial, como forma de fortalecer as capacidades locais com ferramentas, instrumentos, metodologias e conhecimentos temáticos para que tenham seu próprio entendimento sobre seu território.  

Quer saber mais? Entre em contato com a gente =)

O sentido público do Investimento Social Privado (ISP) e seu impacto social

O sentido público do Investimento Social Privado (ISP) e seu impacto social

O investimento social privado deve ser planejado e orientado por focos estratégicos claros e coerentes com as demandas reais da sociedade, além de alinhado à políticas públicas e causas sociais relevantes

O conceito de investimento social privado (ISP) nasceu na segunda metade da década de 1990, como reflexo das ações não vinculadas à operações empresariais referentes ao negócio propriamente dito. 

Passados 30 anos de muito aprendizado, há um entendimento de que é fundamental que o investimento social privado seja estratégico, estruturante e orientado a gerar impacto social positivo, de longo prazo, qualificado e relevante. 

Nesse sentido, a simples atuação pontual não é mais suficiente. É necessário realizar investimento social de fato: planejado e orientado por focos estratégicos claros, coerente com as demandas reais da sociedade e alinhado às políticas públicas e causas sociais relevantes, com ênfase em seu sentido público (GIFE). 

Exemplo disso é quando um negócio privado, ao ter uma cadeia de valor eficiente, social e  ambientalmente responsável, pode beneficiar e fortalecer todo o território. Ao mesmo tempo, um território estruturado e fortalecido pode contribuir para uma cadeia de valor mais segura, eficaz, socialmente aceita e operante no longo prazo. 

Assim a atuação social corporativa, ao aliar esforços com as diretrizes de desenvolvimento local, promove também prevenção, gestão e mitigação dos riscos e de impactos que interferem na vida das pessoas e que são inerentes à operação.

Como as empresas estão revisando suas estratégias e políticas de ISP

Muitas empresas, atualmente, estão dispostas a rever suas estratégias e políticas de ISP. O objetivo é estarem cada vez mais aderentes às demandas sociais e de desenvolvimento territorial com os quais seus institutos, fundações e negócios devem estar comprometidos. 

A HUMANA apoia grandes empresas a reverem suas estratégias de ISP, atuando com:

  • Mapeamento do investimento social privado na empresa, diferenciando categorias como doação, patrocínio, execução, parceria, licenciamento, incentivo fiscal, entre outras. 
  • Desenho de políticas e compromissos públicos que a empresa pode assumir, convergindo esforços de sustentabilidade, responsabilidade social e investimento social privado com a Agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
  • Desenho de processos que atestem transparência da atuação da empresa em sustentabilidade, responsabilidade social e investimento social de forma integrada
  • Desenho e implementação de estratégias de Desenvolvimento Territorial e de relacionamento com comunidades baseadas em diálogo, negociação e transformação de conflitos.
  • Desenvolvimento de formações e rodadas permanentes de engajamento interno participativo no sentido de alinhar os conceitos e atuação estratégica da empresa em sustentabilidade, responsabilidade social e investimento social privado.

Para saber mais, entre em contato conosco.

A importância de processos participativos para o fortalecimento da democracia

A importância de processos participativos para o fortalecimento da democracia

Criar espaços de participação e qualificar os que já existem favorece a consolidação de arranjos de governança, contribui com o aperfeiçoamento da cidadania e fortalece a democracia

Como criar espaços de democracia e participação cidadã? Que espaços de participação já existem no meu bairro ou na minha cidade? Como garantir a participação e o diálogo entre pessoas com visões diferentes em processos de governança e na política, por exemplo? Como garantir representatividade e diversidade nesses processos? Como minha empresa ou organização pode atuar de forma mais efetiva para construir processos de participação ou para fortalecer os espaços locais já existentes? 

Pode não parecer, mas as perguntas acima ajudam a pensar na importância e no valor da democracia. 

Na HUMANA, quando criamos estratégias de Desenvolvimento Territorial Integrado, quando ajudamos empresas a repensarem sua atuação em territórios ou seu relacionamento com comunidades, ou quando criamos processos de participação cidadã nós também estamos pensando num processo social mais macro – e em como essa atuação pode fortalecer de alguma forma a nossa democracia. 

É essa atuação que, em certa medida, contribui para que pessoas se entendam como cidadãos, governos locais percebam a importância dos conselhos, empresas se mobilizem para atuar de forma mais construtiva e transformadora num território, e para que organizações locais ou da sociedade civil organizada tenham maior capacidade de colaboração e representatividade.  

Não é simples, pelo contrário. Criar ou fortalecer a participação requer estratégia e capacidade de leitura sobre a complexidade de cada contexto, pois muitas vezes as relações estabelecidas entre os atores é baseada no conflito ou em interesses específicos. Assim, para favorecer o engajamento das pessoas e grupos cujas vidas serão diretamente impactadas por determinada decisão, é fundamental certificar-se que as diferenças sejam respeitadas e que exista diálogo entre as partes envolvidas. É preciso trabalhar para que nesse processo ou espaço de participação, apesar das diferenças e dificuldades, todas e todos consigam visualizar um caminho comum, compartilhado. Com, claro, cada ator assumindo seus compromissos e papéis nessa construção.

Decisões participativas são mais inclusivas, democráticas e eficientes

Decisões unilaterais e sem participação levam a resultados limitados e pouco efetivos. Mecanismos de participação democrática foram se aprimorando, com o desenvolvimento de processos coletivos ao longo da história, em diferentes níveis.

A importância de processos participativos para o fortalecimento da democracia

Não custa lembrar que a própria democracia em si foi e segue sendo uma construção cívica, que não tem uma única fórmula ou modelo absoluto. Existem várias formas de organização democrática no mundo hoje. A lógica fluida e a diversidade de maneiras de se garantir a participação de múltiplas opiniões e visões é uma fortaleza do sistema democrático. 

Aqui no Brasil, já construímos e experimentamos metodologias e soluções que viraram referência em participação para construção de políticas sociais para várias nações no mundo, como o orçamento participativo, os conselhos municipais, estaduais e nacionais. Mesmo a construção do Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, tem como característica a mobilização e a participação social em sua criação. 

Nosso momento histórico e o enfraquecimento da democracia

Atualmente, estamos em um momento histórico e político em que temos que nos posicionar e fortalecer esses processos participativos pelo risco latente de enfraquecimento da democracia brasileira.   

A democracia passou a ser defendida ao longo do último século por ser considerada uma forma mais eficiente de organização social, onde existe espaço para conflitos e pensamentos divergentes. A preocupação é garantir que a maior diversidade de grupos sociais tenham voz e essa é uma perspectiva com a qual sempre trabalhamos aqui na HUMANA.

Mais precisamente, trabalhamos com estratégias e processos participativos em diferentes frentes na HUMANA: Desenvolvimento Territorial Integrado, Estratégia em Sustentabilidade, Agenda Urbana, Mudanças Climáticas, Citizenlab, construção de mecanismos financeiros e agendas de desenvolvimento, entre outros. 

Desenvolvimento territorial: fortalecer capacidades locais para gerar autonomia

Desenvolvimento territorial: fortalecer capacidades locais para gerar autonomia

Investir no fortalecimento de pessoas e organizações de um território é uma das chaves para gerar autonomia, contribuindo para que pessoas vivam suas vidas de forma mais plena, saindo da condição de mera sobrevivência

Entendemos que capacidades locais se referem à pessoas e organizações de um território (associações, ONGs, cooperativas, prefeitura), que interagem e constroem dinâmicas socioambientais, econômicas e culturais com base na sua identidade local e regional. Elas podem usufruir das oportunidades e condições do contexto onde estão inseridas, assim como podem enfrentar desafios ligados a alguns obstáculos, geralmente impostos por processos históricos estruturantes, como a pobreza e as desigualdades. 

Investir no fortalecimento de pessoas e organizações de um território é uma das chaves para gerar autonomia, ou seja, para que todos tenham condições de viver suas vidas de forma mais plena, saindo da condição de sobrevivência para a experiência de vida. Além disso, é a forma como pessoas e organizações locais podem participar de maneira mais equânime e justa de processos onde são decididos os rumos de seus territórios. 

Fortalecer capacidades para que o Desenvolvimento Territorial seja:

Inclusivo e centrado nas pessoas
Nessa abordagem, capacidades individuais e institucionais são o referencial para o desenvolvimento territorial, dentro de uma lógica de prosperidade compartilhada e acessível, entre todos os atores de um mesmo local. Todos devem se beneficiar do desenvolvimento, afinal, não existe desenvolvimento efetivo e autonomia enquanto setores da sociedades ou grupos específicos são deixados para trás. 

Tenha multidimensionalidade e integração
Essa visão entende o território a partir de suas características específicas e levando em consideração as dimensões econômica, social, ambiental e político-institucional. Essas dimensões, no entanto, não podem ser vistas como campos de intervenção autônomas, pois estão permanentemente interagindo e se influenciando. Assim, estratégias para o desenvolvimento devem manter esse olhar integrado sobre o território. 

Governança compartilhada
A governança compartilhada na busca de soluções deve favorecer que se construa garantias territoriais para o combate às desigualdades e para que todas as pessoas vivam com autonomia e dignidade. Concretamente, isso se dá por meio do fortalecimento das capacidades locais com base em sua própria realidade, do entendimento sobre as potencialidades econômicas locais e também no estabelecimento de parcerias consistentes e duradouras, assim como na criação de espaços de participação pública. As parcerias locais e regionais permitem que iniciativas isoladas se tornem complementares, em vez de fragmentadas e dispersas, formando uma rede local de desenvolvimento.

 

CitizenLab: a mais nova parceira da HUMANA

CitizenLab: a mais nova parceira da HUMANA

Com o CitizenLab, oferecemos um instrumento de participação social digital em média e larga escala ainda mais potente

A HUMANA acaba de trazer para o Brasil o CitizenLab, uma das mais inovadoras plataformas digitais de participação cidadã do mundo. A ferramenta belga foi fundada em 2015 com a missão de oferecer às cidades e aos governos um espaço de colaboração online para consultar cidadãos sobre temas locais e incluí-los nas tomadas de decisões.

Tendo a participação como base metodológica fundamental em nossos projetos, vimos no CitizenLab uma solução para ampliarmos a escala dos processos participativos, além de torná-los ainda mais acessíveis, amigáveis de de rápida implementação.

Além do uso da plataforma em algumas de nossas ações e projetos, nos quais o CitizenLab fornecerá a ferramenta para que se realizem diversas formas de consultas e construções coletivas que envolvam a colaboração entre poder público, empresas e cidadãos, poderemos oferecer também um pacote de serviços específico, voltado para todo e qualquer processo participativo de interesse público, aliando soluções tecnológicas (Citizenlab) e estratégia de participação (Humana).

Processos participativos ganham em escala e agilidade

Na prática, como as duas instituições irão trabalhar juntas?

“Ao atuarmos em um projeto específico, como a co-construção de políticas públicas ou a elaboração de uma agenda de desenvolvimento local, a HUMANA desenvolverá toda a estratégia para que a prefeitura, ou qualquer outro ente que esteja liderando o processo, possa contar com a participação e o engajamento dos diversos grupos de cidadãos, atores do setor privado, comunidades etc. Já o CitizenLab disponibilizará a ferramenta para que, complementando processos presenciais, se realizem processos remotos previstos na estratégia, com toda facilidade e segurança, nas mais diversas modalidades e técnicas”, explica Bruno Gomes, sócio da HUMANA.

Assim a população ou grupo de interesse terá diversos canais e oportunidade para inserir ideias, posicionamentos e opiniões.

Cada projeto ou serviço será customizado de acordo com o processo e a necessidade de participação. Isso significa que podem ser criadas páginas específicas para todos os públicos: moradores, especialistas, gestores públicos… Tudo dependerá dos objetivos do programa/projeto e das estratégias estabelecidas.

A finalidade, independentemente da ação – agendas de desenvolvimento territorial, processos específicos de prefeituras, governos locais, organizações ou empresas -, é sempre favorecer a mais ampla participação das partes em ações de interesse público, contribuindo para o exercício da cidadania e o fortalecimento da democracia.

CitizenLab no mundo

Os resultados positivos do CitizenLab, considerada uma das principais startups europeias de impacto social, já se espalharam por mais de 200 governos. Por exemplo, em Grand Paris Sud, região ao sul de Paris com pouco mais de 340 mil habitantes, a plataforma entrou em ação para melhorar a participação dos cidadãos na região em três temas: clima, cultura e ciclismo.

em Grand Paris Sud, o CitizenLab entrou em ação para melhorar a participação dos cidadãos na região em três temas: clima, cultura e ciclismo.

Com a colaboração dos moradores, foi estabelecido um plano para os próximos seis anos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e o consumo de energia, além de melhorar a qualidade do ar e o desenvolvimento de energias renováveis. Também com a participação dos cidadãos, que incluíam suas ideias em uma espécie de mapa digital da região, pode-se debater sobre mobilidade e segurança para ciclistas. Mais de 400 habitantes ofereceram sugestões que resultaram em ciclovias e estacionamentos mais seguros para bicicletas.

Resultados como esse incentivaram a HUMANA em apostar na parceria com o CitizenLab. As duas instituições trabalham a favor do engajamento cívico. Ou seja, querem fazer a diferença na vida da comunidade ao desenvolver conhecimento, habilidades, valores e motivação. “Acreditamos que investir em participação garante mais inclusão, diversidade, eficiência e aderência à realidade, além de fortalecer a democracia”, explica Carol Ayres, sócia da HUMANA.

Guia de Bolso da Participação

Guia de Bolso da Participação

Guia de Bolso da Participação
7 dicas fundamentais para construir processos de tomada de decisão eficientes e democráticos

Processos participativos são a essência de como fortalecer a democracia. Seja na sua vida pessoal, com seus familiares e amigos, no seu bairro ou em seu país, estamos sempre tomando decisões. Decidir a partir de um processo de participação garante mais inclusão, visão, inovação e sabedoria à sua escolha.

A HUMANA colocou-se a missão de selecionar entre as “melhores dicas” para a participação, a partir da ideia de um guia de bolso prático para organizações e pessoas entusiastas sobre o tema e sobre a prática da participação.

Quem sabe esse conteúdo possa desdobrar-se em uma série de dicas sobre participação no futuro?! Mas no momento selecionamos #7 dicas fundamentais para conduzir processos participativos para compartilhar com você.

Sem qualquer pretensão de esgotar o tema, o intuito aqui é trazer insigths e referências que possam contribuir sobre a prática, tanto de facilitar, quanto de participar de processos participativos.

Pensamos em seguir a linha das “100 coisas para ver/ler antes de morrer”. Definitivamente há espaço para criar as “100 dicas sobre participação para conhecer antes de morrer”… Neste post, seguem as primeiras #7.

Esperamos que gostem e que faça sentido em sua experiência com a prática de participar 🙂

#1 Singularidade
Cada processo participativo é único. Não há uma “fórmula mágica” para desenhar um processo de diálogo e participação. Quem disser que facilitou mais de um encontro ou fez parte de um processo participativo com resultados idênticos experimentou uma simulação participativa, ou, como se usa em língua inglesa, um “democracy washing”.

#2 Preparação
Os diálogos entre as pessoas podem ser espontâneos, mas no campo da participação há uma estrutura que sustenta e prepara a chegada dos corpos e falas dos participantes, respaldada por metodologias que podem integrar dezenas de referências teóricas. Um excelente processo participativo, com resultados definidos, parte sempre da construção de um desenho de conversa com método.

#3 Escuta sem julgamento
Seja um profissional de facilitação ou um aprendiz, conduzir um processo participativo requer esvaziar as crenças e convicções. Sem este exercício não há como realmente construir uma atividade participativa. Apesar de ser um desafio, a democracia se constrói fortalecendo este estado de consciência e presença, que é sempre individual.

#4 Escolher quem facilita é a chave
O ideal em um processo participativo é contar com um facilitador que atue no campo, mas sabemos que nem sempre tal condição é possível. No caso, há perfis de pessoas que podem ser, mesmo sem treinamento, facilitadores adequados. Escolher entre os participantes alguém sem interesses ocultos ou abertos na agenda a ser discutida é uma importante dica. Assim como, seguir a #3 escutar sem julgamento, todos os pontos de vista.

#5 Construir pactos antes do diálogo começar
Preparar o grupo pactuando valores, princípios e formas de se comportar antes de iniciar os diálogos participativos é crucial. Isto deixa as pessoas mais seguras para colocar seus pontos de vista, sentindo suas demandas acolhidas e com boas chances de estarem na conversa de forma mais transparente e positiva.

#6 Não controlar, conduzir
Caso tenha colocado em prática as dicas #1 a #5 e mesmo assim o grupo decidiu seguir com um outro conteúdo que não o definido pela agenda do encontro, o facilitador do processo não deve tentar controlar ou forçar o processo ou resultados. Adeque a facilitação ao novo interesse do grupo e seja surpreendido pelas decisões que serão tomadas nesta outra perspectiva. Muitas vezes elas vão implicar em uma mudança de comportamento a médio prazo que poderá influenciar a agenda anterior.

#7 Garantir o espaço ideal, offline e on-line
A participação está em todo lugar. As fronteiras do contato humano estão a cada dia mais fluidas e globais, assim, o diálogo movimenta do offline (presencial) ao on-line (à distância). Há vantagens em participar presencialmente, mas também, há vantagens em tomar decisões no espaço digital e virtual. Neste caminho, contar com instrumentos e plataformas digitais adequadas e eficientes para processos participativos é fundamental.

E a HUMANA encontrou o CitizenLab, plataforma digital de democracia e participação cidadã, como parceira nesta jornada rumo a um universo cada vez mais digital.

A plataforma CitizenLab tem sido uma das experiências mais exitosas de participação e aproximação digital entre governos, empresas e cidadãos da atualidade. A HUMANA decidiu apostar na aliança com a organização Belga, trazendo o CitizenLab ao país, como uma forma de contribuir para o cenário político presente – de pandemia à redução das instâncias de diálogo entre poder público e cidadãos.

O CitizenLab somado à arquitetura de participação de expertise da Humana moldam um potente instrumento de participação digital em média e larga escala que é acessível, amigável e de rápida implementação para processos participativos e interação entre poder público, empresas e cidadãos, sejam esses locais ou nacionais.

Estamos animados porque muito em breve lançaremos oficialmente a aliança HUMANA+Citizenlab. Aguardem 🙂

Regina Egger trabalha para a HUMANA coordenando a iniciativa CitizenLab no Brasil. É doutora em história social pela USP e atua no campo da participação há duas décadas, com agendas da sociedade civil para governos, fundações e terceiro setor. Contato: citizenlab@humana.net.br

A importância de silenciar – 100 dias 

A importância de silenciar – 100 dias
 

A importância de silenciar – 100 dias

Muitas coisas aconteceram nesse primeiro semestre de 2020. Intensas e avassaladoras. No Brasil e no mundo. E cada um de nós está vivendo isso tudo, individualmente e coletivamente. É realmente um dos momentos mais complexos da nossa história.

Diante disso, na HUMANA nós optamos, num primeiro momento, por silenciar nossos canais nas redes sociais. Entendendo que silenciar não é se omitir.

O silêncio, em momentos de adversidade, ajuda a entender melhor o que está acontecendo ou, pelo menos, a tomar o tempo necessário para se pensar melhor. Sabemos que boa parte desse contexto é transitória e deve passar. Mas em quais condições seguiremos? Para onde? São muitas perguntas e, no fundo, ainda não há muitos elementos de resposta, nem um contexto minimamente estável ou um horizonte que se vislumbre, para que se possa começar a elaborá-los. No Brasil, às incertezas globais somam-se incertezas tragicamente nacionais.

Assim como a maioria, não temos muitas respostas. Porém, seguimos! Primeiramente seguimos atuando nos projetos em que já estávamos, apesar de um confinamento total, desde o dia 16 de março. Seguimos, mas refletindo e questionando cada ação planejada, buscando soluções pra seguir de forma adequada, sem arriscar as pessoas e os processos com os quais estamos envolvidos.

Nessa quarentena, muita gente está refletindo sobre sua atuação no mundo, sobre seus privilégios e suas falhas, se confrontando aos problemas causados pela desigualdade social e percebendo a importância das políticas públicas na sua vida, principalmente o SUS.

Ficou evidente, mais uma vez, que nosso modelo de desenvolvimento precisa ser aprimorado. Não é possível que ele continue deixando pessoas para trás. Nesse sentido, nós da HUMANA nos sentimos ainda mais encorajados para seguir nosso caminho: que o desenvolvimento traga liberdade, justiça social, autonomia e dignidade para todas e todos, sem exceção.

Mais do que nunca, evidenciou-se a importância de um Estado forte e comprometido com a democracia e com o cidadão, mas também, a importância de territórios e comunidades fortes, que possam encontrar soluções específicas, com características próprias, para seus desafios.

A HUMANA, nesses 100 dias de isolamento social, pôde manter suas equipes em São Paulo e no Pará e seguiu atuando, experimentando novos arranjos e caminhos. Também aproveitamos para desenvolver novos estudos e publicações, que serão lançadas nos próximos meses.

O silêncio é importante. Ele nos ajuda a pensar, a reelaborar nossas vidas e práticas. O silêncio é, também, uma marca de respeito, pelas vidas, pela história, pela grandeza do que nos toca como espécie, nesse momento.
Entretanto, depois do tempo de silenciar vem o tempo da troca, de questionar juntos, de duvidar e pensar coletivamente.

Estávamos com saudades! E estamos de volta!

Abraços a todas e todos e fiquem bem.

(voltamos aqui mas, até segunda ordem, seguimos em casa!!!)

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Xilogravura de Ramon Santos – https://www.instagram.com/ramonsantosxilo/