Guia de Bolso da Participação
26 . outubro . 2020Guia de Bolso da Participação
7 dicas fundamentais para construir processos de tomada de decisão eficientes e democráticos
Processos participativos são a essência de como fortalecer a democracia. Seja na sua vida pessoal, com seus familiares e amigos, no seu bairro ou em seu país, estamos sempre tomando decisões. Decidir a partir de um processo de participação garante mais inclusão, visão, inovação e sabedoria à sua escolha.
A HUMANA colocou-se a missão de selecionar entre as “melhores dicas” para a participação, a partir da ideia de um guia de bolso prático para organizações e pessoas entusiastas sobre o tema e sobre a prática da participação.
Quem sabe esse conteúdo possa desdobrar-se em uma série de dicas sobre participação no futuro?! Mas no momento selecionamos #7 dicas fundamentais para conduzir processos participativos para compartilhar com você.
Sem qualquer pretensão de esgotar o tema, o intuito aqui é trazer insigths e referências que possam contribuir sobre a prática, tanto de facilitar, quanto de participar de processos participativos.
Pensamos em seguir a linha das “100 coisas para ver/ler antes de morrer”. Definitivamente há espaço para criar as “100 dicas sobre participação para conhecer antes de morrer”… Neste post, seguem as primeiras #7.
Esperamos que gostem e que faça sentido em sua experiência com a prática de participar 🙂
#1 Singularidade
Cada processo participativo é único. Não há uma “fórmula mágica” para desenhar um processo de diálogo e participação. Quem disser que facilitou mais de um encontro ou fez parte de um processo participativo com resultados idênticos experimentou uma simulação participativa, ou, como se usa em língua inglesa, um “democracy washing”.
#2 Preparação
Os diálogos entre as pessoas podem ser espontâneos, mas no campo da participação há uma estrutura que sustenta e prepara a chegada dos corpos e falas dos participantes, respaldada por metodologias que podem integrar dezenas de referências teóricas. Um excelente processo participativo, com resultados definidos, parte sempre da construção de um desenho de conversa com método.
#3 Escuta sem julgamento
Seja um profissional de facilitação ou um aprendiz, conduzir um processo participativo requer esvaziar as crenças e convicções. Sem este exercício não há como realmente construir uma atividade participativa. Apesar de ser um desafio, a democracia se constrói fortalecendo este estado de consciência e presença, que é sempre individual.
#4 Escolher quem facilita é a chave
O ideal em um processo participativo é contar com um facilitador que atue no campo, mas sabemos que nem sempre tal condição é possível. No caso, há perfis de pessoas que podem ser, mesmo sem treinamento, facilitadores adequados. Escolher entre os participantes alguém sem interesses ocultos ou abertos na agenda a ser discutida é uma importante dica. Assim como, seguir a #3 escutar sem julgamento, todos os pontos de vista.
#5 Construir pactos antes do diálogo começar
Preparar o grupo pactuando valores, princípios e formas de se comportar antes de iniciar os diálogos participativos é crucial. Isto deixa as pessoas mais seguras para colocar seus pontos de vista, sentindo suas demandas acolhidas e com boas chances de estarem na conversa de forma mais transparente e positiva.
#6 Não controlar, conduzir
Caso tenha colocado em prática as dicas #1 a #5 e mesmo assim o grupo decidiu seguir com um outro conteúdo que não o definido pela agenda do encontro, o facilitador do processo não deve tentar controlar ou forçar o processo ou resultados. Adeque a facilitação ao novo interesse do grupo e seja surpreendido pelas decisões que serão tomadas nesta outra perspectiva. Muitas vezes elas vão implicar em uma mudança de comportamento a médio prazo que poderá influenciar a agenda anterior.
#7 Garantir o espaço ideal, offline e on-line
A participação está em todo lugar. As fronteiras do contato humano estão a cada dia mais fluidas e globais, assim, o diálogo movimenta do offline (presencial) ao on-line (à distância). Há vantagens em participar presencialmente, mas também, há vantagens em tomar decisões no espaço digital e virtual. Neste caminho, contar com instrumentos e plataformas digitais adequadas e eficientes para processos participativos é fundamental.
E a HUMANA encontrou o CitizenLab, plataforma digital de democracia e participação cidadã, como parceira nesta jornada rumo a um universo cada vez mais digital.
A plataforma CitizenLab tem sido uma das experiências mais exitosas de participação e aproximação digital entre governos, empresas e cidadãos da atualidade. A HUMANA decidiu apostar na aliança com a organização Belga, trazendo o CitizenLab ao país, como uma forma de contribuir para o cenário político presente – de pandemia à redução das instâncias de diálogo entre poder público e cidadãos.
O CitizenLab somado à arquitetura de participação de expertise da Humana moldam um potente instrumento de participação digital em média e larga escala que é acessível, amigável e de rápida implementação para processos participativos e interação entre poder público, empresas e cidadãos, sejam esses locais ou nacionais.
Estamos animados porque muito em breve lançaremos oficialmente a aliança HUMANA+Citizenlab. Aguardem 🙂
Regina Egger trabalha para a HUMANA coordenando a iniciativa CitizenLab no Brasil. É doutora em história social pela USP e atua no campo da participação há duas décadas, com agendas da sociedade civil para governos, fundações e terceiro setor. Contato: citizenlab@humana.net.br